segunda-feira, 3 de julho de 2017

Esta Não É Uma Declaração de Amor

"Há sempre alguma loucura no amor, mas há sempre um pouco de razão na loucura" - NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra (1883-1885)

 Abro esse texto com uma citação famosíssima de meu filósofo preferido porque ela diz muito sobre meus objetivos aqui. Esse vai ser um texto completamente filosófico, introspectivo e exaltador de como é extremamente louco amar alguém que você não conhece pessoalmente, que ter contato pessoal é uma situação praticamente impossível. Com tudo, ao mesmo tempo, vale lembrar que segundo o próprio Nietzsche há um pouco de razão na loucura, ou seja, esse sentimento não é de loucura completa.

Já contei em outro texto que toda minha experiência com as idols começou com Nishino Nanase, isso foi a minha porta de entrada para um novo universo e esse universo me trouxe experiências diferentes e novas, para engrandecer meu acervo de conhecimento sobre música, cultura e também de certa forma sentimental. Nishino Nanase foi a primeira, mas ela me levou a muitas outras, me trouxe diferentes ideias e perspectivas não só quanto a eu mesmo, mas quanto ao ser humano como um todo. Foram as pequenas experiências passo a passo que fizeram nascer esse sentimento diferente, não completamente novo para mim, mas que é o responsável por esse conjunto novo de novas ideias.

Nishino Nanase, Saito Asuka, Eto Misa, Ikuta Erika, essas são as quatro mais importantes para mim, as quatro formam o cerne desse sistema. Não há outro sentimento vindo de mim para com elas se não o amor, não é uma forma romântica de amor, mas ainda sim é amor. Eu as amo, não igualmente, não por motivos iguais, não de perspectivas iguais, mas é simplesmente amor e assim deve ser encarado, devemos encarar as coisas como elas são. E daí vem a parte da loucura, porque como mencionei anteriormente há uma loucura em amar alguém que nunca conheceu pessoalmente, nunca teve contato real, com quem você nunca teve qualquer forma de interação bilateral. Isso é algo que há pouco tempo eu considerava inconcebível, mas que na verdade até existia em mim, com tudo eu não tinha aberto os olhos ainda.

Cada uma delas, em uma época diferente e de um modo diferente despertou esse sentimento em mim, a primeira foi Nishino Nanase, Naachan, como já relatado. Naachan não parece ser desse mundo, sempre calma, centrada, mesmo quando prestes a perder a compostura, ela é claramente um ser humano iluminado e de pureza divina (não pense aqui no conceito cristão de pureza, mas algo mais voltado ao budismo), fato que me fez fundar um culto a sua divindade e ser sacerdote desse culto. Eu amo Nishino Nanase de um modo que ainda não consigo colocar em palavras. Depois foi a vez de Saito Asuka, uma menina não convencional que logo chamou minha atenção. Ashurin, seu apelido carinhoso, é uma pessoa obscura, que tem gerações de demônios a atormentando em sua cabeça, que não acredita em felizes para sempre, todas palavras dela mesma que atraíram minha atenção, criaram um tipo de identificação que eu tenho apenas com duas pessoas que conheço e ambas são grandes amigas minhas. Por associação, em um universo em que eu conheço Ashu pessoalmente, creio que poderíamos ser bons amigos.

Eto Misa, Misa-senpai, Misamisa, ah a Misa... Essa me chamou atenção primeiramente pela aparência, ela transborda beleza, mas o que criou uma identificação primária com ela foi assistir o episódio 6 de Nogizaka Under Construction (Kojichu, carinhosamente apelidado de Nogichu), um episódio centrado nela e que o segmento de abertura é a própria Misa bebendo sozinha em casa. Eu gosto de beber, ela gosta de beber, mais simples que resolver uma integral tripla, mas não só essa identificação me fez despertar o sentimento o qual tenho hoje para com a Misamisa, ela é uma pessoa inteligente, que tem os pés no chão e um conhecimento absurdo de si mesma, o tipo mais perigoso de pessoa, mas ao mesmo tempo na minha concepção um dos melhores também. Em relação a Misa, meu amor é completamente platônico, é uma forma gigantesca de admiração. E temos Ikuta Erika, Ikuchan, alguém que me chamou a atenção logo também, primeiramente pela beleza física também, mas depois pelo seu estilo quase caótico de ser. Ikuchan é alguém de muito talento, ela é o tipo de pessoa que parece realmente capaz de não só fazer qualquer coisa, mas como fazer muito bem, tem um gênio peculiar que a faz espontânea tanto para seu humor nonsense quanto para os momentos em que ela age como uma criança birrenta, mas ainda sim, mesmo com esse lado irritante eu ainda sim eu a admiro, assim como a Misamisa eu também tenho um amor e uma paixão platônica pela Ikuchan.

Voltando a Nietzsche, como citado anteriormente, há sempre alguma loucura no amor e eu tenho que concordar com ele. Em primeiro lugar, amar pessoas as quais você nunca teve contato pessoal é quase absurdo, quero dizer, você na realidade mais ama as ideias que tem acerca dessas pessoas do que elas em si e isso é algo que tem uma dose, pequena ou grande, dependendo do caso, de loucura. E junto a isso, mas não somente pelos mesmos aspectos, já pararam para pensar como é ruim um sentimento não correspondido? Como isso nos quebra e nos leva ao limite, as vezes até próximo ao desespero e insanidade se não tomarmos cuidado. Nesse caso em específico, de amar uma (quatro) idol, ou qualquer outra pessoa em uma posição equivalente ao menos, é uma experiência que as vezes leva ao limite, te faz se emocionar, te faz sentir dor junto a ela (elas), te faz sorrir, te faz experimentar sensações e sentimentos que seriam normais em muitos casos, mas novamente, não quando se é alguém praticamente inalcançável.

Por outro lado, há sempre um pouco de razão na loucura, segundo o próprio Nietzsche. Não é uma experiência ruim, muito pelo contrário, se você entender e aceitar todas as condições que são impostas pela realidade, é algo que pode engrandecer. Na verdade, não é tão estranho assim amar alguém que você não conhece pessoalmente, faz parte do mecanismo evolutivo da nossa espécie. Pense bem, quantas espécies de animais no mundo, tirando o ser humano, acaba adotando bebês de completos estranhos? Que outro animal é capaz de aceitar um ser semelhante de um grupo desconhecido? Mesmo nós mesmos, como espécie, tendo dificuldades nessas duas situações, somos capazes de aceitar desconhecidos em nossa vida, somos capazes de amar alguém como filha ou filho, mesmo que não tenha nosso sangue, pouquíssimas espécies de animais são capazes disso no mundo. Esse comportamento é importante para nossa espécie sobreviver, e é a partir desse mecanismo, junto a outros fatores, que somos capazes de ter esse sentimento de amor por alguém que você nunca conheceu pessoalmente, sequer falou com essa pessoa, e vocês estão separados por milhares de quilômetros.

 Razão e loucura, sempre há os dois em casos como esse, talvez porque o mundo não é preto e branco, ele possui diversas cores e tons que passam sutilmente de um para outro, as coisas não são tão simplórias como muitas vezes pensamos. Com tudo sou grato especialmente a Nishino Nanase, Saito Asuka, Eto Misa e Ikuta Erika, elas de certa forma abriram as portas de um mundo que eu desconhecia quase que totalmente, também graças a elas eu pude desbravar mais ainda dessa estranha e complicada máquina que é o amor. Eu as amo por completo e mesmo com tudo o que poderia ter de ruim, não é, é bom para mim porque não tenho necessidade de ser correspondido diretamente, não tenho qualquer pretensão além de ser um fã, seria muito irreal querer mais do que isso, dada a conjuntura de contextos que a vida trouxe.

O sentimento de amor que tenho por Naachan, Ashurin, Misamisa e Ikuchan é algo que me fortalece todos os dias, esse sentimento me dá uma forma de poder sobre mim mesmo. Esse amor pelas quatro está cheio de desapego, o real e tão necessário na nossa vida, as pessoas confundem o desapego com não se importar, desprezar e ter um viés extremamente egoísta, mas não é isso que é o desapego, o desapego é ter noção de que você não é dono, de que você não tem o controle da maioria das coisas, de que não se pode mudar os fatos. Não somos capazes de controlar tudo, na verdade somos capazes de controlar poucas coisas, e com isso em mente eu sei que cada uma das quatro vive sua vida, faz suas escolhas, não espero nada além disso dessas quatro grandes mulheres, que sejam felizes, porque eu farei o mesmo por mim. Naachan, Ashurin, Misamisa, Ikuchan, eu não as conheço pessoalmente e sei que vocês nunca lerão isso, mas ainda sim preciso dizer isso: eu as amo, do fundo do meu coração.

O título desse texto diz que esta não é uma declaração de amor, mas, na realidade, isso é tudo o que ele é, uma declaração de amor. Uma declaração de amor não para uma pessoa, mas para quatro, as quatro maiores dentro desse meio para mim.

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