quinta-feira, 27 de julho de 2017

A Ópera do Fantasma #3

Olá e bem-vindos mais uma vez a minha ópera, eu sou o Fantasma e irei ser o seu guia mais uma vez. Vamos aos trabalhos!

Hoje vamos começar falando do Keyakizaka46 e a sua república! Sim, o Keyakizaka46 fez dois shows na área aberta da Fuji-Q Highland Conifer Forest, ambos um grande sucesso. O tema do show era a própria "Keyaki Republic", que ganhou uma bandeira, que lembra a famigerada bandeira confederada americana, mas é diferente, porque ao invés da cruz de Santo André (aquele "X" azul na bandeira confederada), a bandeira da república Keyaki tem na verdade dois triângulos espelhados representando os dois Keyakizakas, kanji e hiragana. Além disso, a bandeira tem o brasão do grupo, onde se lê o lema "Humildade, Bondade, Laços" (Humility, Kindness, Bonds). Em algum momento do show, o grupo carregou a bandeira de sua república no palco enquanto Hirate Yurina veio com um cetro e elas posaram como naqueles quadros pintados para celebrar um momento glorioso, todas trajando uniformes que pelo número de semelhanças eu posso afirmar que foi baseado no uniforme de infantaria francês usado em 1914 (se estiver duvidando, ou tiver curiosidade, digita no google images french infantry uniform 1914). Agora a pergunta que fica é se isso foi apenas um tema desses shows, ou tem algo a mais reservado para o futuro.
A esquerda a bandeira da república Keyaki, a direita aquela pose de quadro relatada anteriormente

Ainda sobre o Keyakizaka46, o grupo atingiu a marca de 700 mil vendas no seu último single lançado, Fukyouwaon (不協和音), sendo 632697 cópias vendidas apenas na primeira semana, segundo o método Oricon. Enquanto o AKB48 levou 16 singles e o Nogizaka46 13 para chegarem a essa marca de 700 mil em pouco tempo, o Keyakizaka46 fez isso apenas no 4º single do grupo, um feito e tanto que leva a questão: Por que esse sucesso quase instantâneo? Claro que não existe um só fator para explicar, então vou enumerar os fatores que contribuem para o sucesso em vendas tão rapidamente:
  1. O grupo é realmente bom: Goste ou não, no meu caso eu não gosto muito, o Keyakizaka46 tem muito talento em suas fileiras, talento que vai muito além de Hirate Yurina, as duas Watanabe (Rika e Risa), Sugai Yuuka, Shida Manaka, Moriya Akane e Nagahama Neru, passa por ambas as Yui (Kobayashi e Imaizumi), Suzumoto Miyu, Oda Nana, Nagasawa Nanako, Ishimori Nijika e muitas outras. A unidade é forte, tem muito talento para ser utilizado, mesmo que as vezes não seja aproveitado, e pode melhorar ainda muito mais.
  2. Sakamichi Series: O grupo chegou em um momento que o Nogizaka46 se consolidou verdadeiramente como um dos maiores do Japão, o que contribuiu bastante para ser abraçado pelo público que já apreciava o grupo mais velho. Além disso, se compararmos com os sister groups, do AKB48, o Keyaki é verdadeiramente independente, ele funciona completamente por si, inclusive o sistema de handshake é completamente independente, você precisa adquirir os singles do Keyakizaka para ter os tickets necessários para comparecer aos eventos, enquanto no 48G você não necessariamente precisa ter os singles do sister groups para conhecer suas integrantes, você precisa apenas comparecer aos eventos do Grupo, por tanto, comprar apenas os singles do AKB48  já dão o direito de conhecer integrantes do SKE48, NMB48, HKT48, NGT48 e STU48 também, isso contribui muito para as vendas também.
  3. Mensagens nas letras das músicas: As letras das músicas do grupo, no geral, tem uma mensagem muito compatível a angustia, passionalidade e rebeldia da juventude. Retratam muito bem a mente de um jovem em formação, que nega o mundo que o cerca, que quer ser ouvido, se acha a voz da razão chegando a ser egocêntrico, são mensagens que grudam na mente e pegam especialmente em gente mais jovem que, muitas vezes, vê o mundo daquela forma. Mas claro que o público do grupo vai além disso, porém as letras dialogam melhor com pessoas na adolescência e não muito com verdadeiros idosos como eu.
  4. Identidade Própria: As vezes é difícil lembrar que o Keyakizaka46 é um sister group do Nogizaka46, isso porque foi criada uma imagem realmente diferente do outro grupo da Sakamichi Series. Novamente em comparação aos grupos irmãos do AKB48, com o Keyaki foi criada uma identidade que não depende do Nogizaka, diferente dos 5 grupos da família 48 que não se chamam AKB48. De fato, Nogi e Keyakizaka se encontram poucas vezes, tem poucas colaborações, com tudo, isso é muito benéfico a ambos os grupos, já que eles funcionam separadamente sempre visando o objetivo de subir a ladeira.
 Falando em subir a ladeira, o vídeo de Nigemizu (逃げ水), 18º single do Nogizaka46, foi lançado semana passada, vou me restringir ao vídeo aqui, a música será avaliada em outra oportunidade quando o single for lançado e eu fizer minha avaliação do single como um todo. O vídeo é centrado em Ozono Momoko e Yoda Yuki, ambas estão chegando a uma grande casa para serem as empregadas, as duas ficam a serviço de Saito Asuka, que é a chefe das empregadas. A família que elas vão servir tem suas divisões, as "normais" são Nishino Nanase, Erika Ikuta, Matsumura Sayuri, Shiraishi Mai, Wakatsuki Yumi e Sakurai  Reika, elas seis se dividem em dois grupos: as que preferem pão (Nanase, Wakatsuki e Reika) e as que preferem arroz (Erika, Sayuri e Maiyan), os dois grupos são rivais, brigam e se espetam o tempo todo que se reúne para as refeições. O restante da família tem suas excentricidades, ou loucuras até, Hori Miona pensa que é uma chinesa em treinamento de artes marciais, Akimoto Manatsu pensa que vive em um programa de variedades, Hoshino Minami e Ikoma Rina vivem em um regime disciplinar monástico, Eto Misa e Shinuchi Mai trabalham em um escritório dentro de um quarto a ponto de continuar a trabalhar como sonâmbulas e por último temos Takayama Kazumi é uma espécie de princesa ou rainha em sua mente e Nanase é a única que parece se comunicar com ela. Todos esses papéis tem uma simbologia dentro do vídeo, Momoko e Yoda são as recém chegadas no grupo e trabalham arduamente pelo seu lugar em um meio que já tem seu sistema próprio, isso é representado pela chegada delas como novas empregadas na casa. Asuka é a chefe dos empregados, um cargo que se alcança após muito trabalho duro, uma representação do momento que ela vive. As seis irmãs divididas mostra uma "briga de facções" dentro do grupo, ao mesmo tempo que Mai e Nanase "brigam" para ver quem lidera e se destaca mais, uma representação do grupo em si. Miona pensar que é uma chinesa treinando artes marciais faz uma relação com a segunda geração e o quanto ela se difere da primeira e mesmo da terceira, com muitas ainda se desenvolvendo. Quanto a Manatsu é simples: ela é a rainha, ou uma das rainhas, do grupo nas variedades e fez sua carreira nisso, a personagem dela no MV pensar que vive em um programa de variedades é uma forma de simbolizar isso. Minami e Ikoma em seu regime monástico lembra muito o ideal de disciplina e pureza do grupo, além de ser uma referência direta ao início do grupo quando as duas, juntas a Ikuchan, eram a face disso. Misa e Maichun (Shinuchi Mai) representam a continuidade do trabalho, elas trabalham o tempo todo, inclusive dormindo, assim como o Nogizaka46 precisa trabalhar o tempo todo para chegar ao topo e continuar subindo, inclusive há um momento no vídeo em que Maichun sai da casa e começa a levitar e se elevar no ar, deixando as duas centres apavoradas, o que parece uma referência clara ao final da carreira como idol, talvez da própria Maichun em si, ou até de todas. Por último temos Kazumin agindo como uma nobre, uma rainha, algo do tipo, ela representa o ideal do grupo novamente, o ideal final quase que romântico e surreal ao mesmo tempo, além disso, o fato de apenas Nanase se comunicar com ela parece significar que quem mais se aproxima da idol ideal do Nogizaka46 é realmente Nishino Nanase. Depois disso, o senbatsu começa a dançar, cada uma como sua personagem, até que no final todas se unem em um lugar diferente, com figurinos iguais e termina com todas em posição de oração e meditação enquanto um vento sopra e toca um sino dos ventos, esse desfecho representa a esperança depositada na terceira geração em uma referência clara a Sanbanme no Kaze (o terceiro vento).
Avaliação final do MV de Nigemizu: Um vídeo interessante e divertido de se assistir, com uma estética simples, mas bem executada, e com uma narrativa não tão óbvia, mas não complexa realmente. Eu dou 5 estrelas, de 0 a 5, possíveis. Você pode assistir o vídeo nesse link

Além do vídeo de Nigemizu, o também foi lançado um vídeo para Onna wa Hitori ja Nemurenai (女は一人じゃ眠れない), para a promoção japonesa do filme da Mulher Maravilha. O vídeo tem toda a estética e figurino baseada no filme da super heroína da DC, retrata as integrantes do senbatsu como as amazonas, vivendo em colaboração e camaradagem enquanto Momoko e Yoda começam a conhecer seus poderes, em algum momento aparecem os vilões no lar delas e há um combate simbolizado pelas integrantes fazendo a coreografia baseada na coreografia de combate utilizada no filme. O desfecho tem elas cansadas e com sinais de que lutaram arduamente, porém Momoko e Yoda não estão entre elas, então as demais integrantes olham uma para a outra tentando entender o que aconteceu com as duas, por fim a câmera foca numa imagem de uma placa onde tem a representação de Momoko e Yoda combatendo uma espécie de vilão, essa mesma placa aparece duas vezes durante o vídeo, com tudo no primeiro momento tem 2 espadas, no segundo não tem outro elemento se não o vilão, é uma referência direta ao filme da Mulher Maravilha e ao roteiro dele, que não vou entrar em detalhes para não estragar.
Avaliação final do MV de Onna wa Hitori ja Nemurenai: Simples, dialoga muito bem com o filme, vale muito a pena pelos paralelos traçados entre o MV e o filme da Mulher Maravilha. Eu como alguém que gostou do filme me senti muito bem presenteado com todo o fanservice, talvez não agrade tanto quem prefere algo mais na linha tradicional dos vídeos promocionais das músicas de idol groups. Novamente usando o sistema de 5 estrelas como nota máxima, eu dou 4 estrelas para o vídeo e apenas o vídeo, de Onna wa Hitori ja Nemurenai. Ele pode ser assistido aqui
Imagem promocional Nogizaka46xWonder Woman


Falando em MVs, o SKE48 lançou a versão completa do vídeo promocional do single Igai ni Mango (意外にマンゴー), vigésimo primeiro single do grupo. Eu havia feito uma avaliação prévia baseada na versão curta, então não há muito além do que foi dito anteriormente para falar, apenas que a música consegue ser mais divertida e interessante em sua versão completa. Ela tem umas mudanças de tempo interessantes e divertidas, especialmente após o solo de guitarra, é criativa mesmo usando um modelo já bem gasto. O vídeo musical não me impressiona, como disse previamente, acho na verdade muito mais tosco do que qualquer outra coisa o vídeo que contém essas cenas de biquíni.
Avaliação final sobre Igai ni Mango: Agora na escala séria que vai de 0 a 5 estrelas, eu dou 3 estrelas pelo MV, quanto a música em si, essa ganha 4,2 estrelas por ter sido melhor do que a impressão que a versão curta me deu. Você pode assistir o vídeo musical acessando esse link

Indo para o AKB48, o 49º single do grupo foi apresentado no último All Night Nippon (ANN), o título da música é #SukiNanda (#好きなんだ). A música em si  não me impressionou muito positivamente, pelo contrário, deixou uma impressão ruim (eu ouvi 5 vezes antes de escrever), o título... É bem contemporâneo ao incorporar o sinal #, mas esteticamente falando como um cara que prefere simplicidade, eu não gostei. Quanto a música, posso dizer que ela vem no mesmo estilo de Igai ni Mango (SKE48) e Masaka Singapore (NMB48), ambas já citadas ou nessa edição, ou em edição anterior dessa coluna, mas ao contrário das canções de seus sister groups, a música do AKB me dá a impressão de ter sido feita sem vontade e/ou criatividade. É uma música fraca na minha opinião, parece que a criatividade foi gasta nas músicas do SKE e NMB e compuseram a música para o AKB seguindo algumas fórmulas padrão, ela me lembra muito diversas aberturas de anime ao estilo comédia/slice of life. É uma pena, na minha visão, que ela seja assim, gostaria muito de uma boa música.

E para fechar, voltamos a falar dela: Sutou Ririka. A nossa querida e estimada Riripon ganhou uma data para o desfecho de sua carreira como idol: 30 de agosto. No dia 26 de agosto ela fará seu último evento de handshake e, quatro dias depois, sua última performance, poucos dias antes da turnê do NMB48 pela Ásia. A história ganhou um desfecho, é uma pena, mas o mundo (os fãs, na maioria) não está pronto ainda para ver uma idol com um relacionamento assumido, seria muito interessante ver o que aconteceria se a Riripon ficasse por um tempo no grupo, inclusive depois de seu vindouro casamento. Em nome da Phantom Corporation 46 (por enquanto tem apenas eu mesmo), eu desejo toda a felicidade do universo para a filosofa Riripon, ela merece.

Dicas
  •  House! - Música B side do single Oide Shampoo (2º) do Nogizaka46, versão do aniversário de 1 ano do grupo
  • Aitakatta Kamoshinerai - B side do 1º single do Nogizaka46, versão ao vivo no Jiingu Stadium 2015
  •  2588 Days - Música solo de Matsui Rena no 18º single do SKE48, é sua música de despedida
  • Episódio 5 de Nogizaka Under Construction -  O episódio é uma aula de Matsui Rena sobre mangás gourmets, o único episódio que ela participou nesse programa. Você pode encontrar facilmente com legendas em inglês.
  • NMB 48 live @ Inazumarock 2015 - É uma apresentação rápida, mas divertida de se assistir, está dividida em 2 partes: parte 1 / parte 2
Por hoje é só, voltamos a qualquer hora tratando de diversos assuntos. Como diria meu amigo Kenny Omega: Goodbye and goodnight, bang!



sexta-feira, 21 de julho de 2017

Babymetal, uma Retrospectiva

De Tóquio para conquistar o mundo, assim, quase ao acaso, surgiu o Babymetal. Antes de alcançar os palcos mais nobres no Japão, Estados Unidos, Canadá e Europa, antes de dividir o palco com nomes como Red Hot Chili Peppers, Rob Halford, Dragonforce e X Japan, tudo começou em 2010 como apenas um dos clubes (que funcionam como subgrupos/subunidades) do grupo Sakura Gakuin. De um pequeno subgrupo para um fenômeno mundial em 4 anos, que ultrapassou e muito o Sakura Gakuin e só tende a crescer.

Arte oficial para a promoção do grupo
 Mas antes, vamos voltar até 2010 quando a Amuse, agência de talentos, formou o Sakura Gakuin, nome que literalmente significa Academia Sakura (flor de cerejeira). O grupo tem como tema a vida escolar, suas unidades são como os clubes escolares, os singles são lançados durante o período escolar e sempre ao final do ano escolar, em março, são lançados os álbuns do grupo. As integrantes permanecem no grupo até se graduarem no secundário (ensino fundamental), assim elas se graduam do grupo e novas integrantes assumem os postos vagos, assim "perpetuando" o grupo. Seus subgrupos funcionam realmente como clubes escolares, como o clube da banda de marcha (Twinklestars), o clube de culinária (Minipati) e o clube de música pesada, esse último o nosso tema central.

O Babymetal foi o segundo clube formado dentro da Sakura Gakuin, formado por Kobayashi Key (conhecido como Kobametal), o produtor, desde o ano anterior ele tentou começar um projeto com Nakamoto Suzuka, que fazia parte do grupo Karen Girl's. Kobayashi viu a oportunidade quando soube que Suzuka estava no Sakura Gakuin e vendo que ela tinha a presença de palco de uma estrela do rock, ele decidiu fazer algo arriscado e ambicioso. Kobayashi chamou Mizuno Yui e Kikuchi Moa para fazerem as coreografias e os vocais de apoio, com tudo a ideia dele era muito diferente do que as três imaginavam. Segundo a própria Suzuka, nenhuma das três acreditou quando elas ouviram a ideia do produtor sobre fundir a música do heavy metal com o estilo idol, uma ideia única e arriscada, mas que se provaria um sucesso.

Sem conhecer o meio em que seriam inseridas, apoiadas em uma ambiciosa ideia, cada uma das três integrantes do então clube de música pesada da Sakura Gakuin assumiu um nome artístico, Nakamoto Suzuka virou Su-Metal, Mizuni Yui virou Yuimetal e Kikuchi Moa virou Moametal. O trio se veste como Punk Lolitas, sempre usando preto e vermelho, sendo essa uma parte importante do estilo iniciado pelo grupo, o Kawaii Metal. A parte instrumental foi gravada por diversos músicos, mas ao vivo é executada pela Kami-Band/Full Metal Band, quando o grupo não executa as músicas ao vivo, entra em cena a Bonesband, onde os integrantes, chamados de babybones, tocam air instruments, ou seja, simplesmente fingem estar tocando algo. As coreografias são desenvolvidas por Mikiko, uma famosa e renomada professora de dança e coreógrafa, que entre outros trabalhos, faz a coreografia do grupo idol Perfume. O grupo se desenvolveu e aperfeiçoou entre 2010 e 2011, quando finalmente estreou ainda como subunidade do Sakura Gakunin, no 1º álbum do grupo idol com a música Doki Doki Morning ( Do・Ki・Do・Ki☆MORNING), a música foi relançada no mês seguinte como single, o primeiro do Babymetal e ganhou até um vídeo musical.

Foi então em 2012 que o Babymetal lançou seu primeiro single independente, um single em conjunto com o grupo Kiba of Akiba, onde trazia uma música de cada grupo e da parte das pioneiras do Kawaii Metal foi lançada a música Line!, o single em conjunto alcançou boas posições nas paradas indies da Oricon e Tower Records Shibuya. Meses depois veio ao mundo Headbangeeeeeeerrrrr(Head Bangya!!), o primeiro single solo do grupo, foi lançado também um vídeo musical para promover a música, que fala sobre o treinamento na arte (sagrada) do headbanging, o famoso bate cabeça. Ainda em 2012 o grupo apresentou o primeiro show solo, quando o mundo conheceu a Kami-band, fez seu primeiro show fora do Japão e começou a ser reconhecido nos círculos musicais fora da Ásia. Mas foi em 2013 que o Babymetal deixou de ser um simples clube da Sakura Gakunin, lançando o primeiro single como banda própria, Ijime, Dame, Zettai (literalmente "Chega de bullying") foi o primeiro single major do grupo, deixando de lado a promoção indie e começando a caminhar com as pernas próprias, em fevereiro foi decidido pela Amuse que o Babymetal deixaria oficialmente de fazer parte da Sakura Gakunin e em março Suzuka se graduou do grupo idol, esse foi o começo da campanha para dominar o mundo. Você não leu errado, dominar o mundo é o objetivo do Babymetal, a campanha ganhou muita força ainda em 2013, onde o grupo conquistou mais atenções, incluindo do Metallica.

Babymetal com David Ellefson (Megadeth)



Moametal e Yuimetal
26 de fevereiro de 2014, foi o dia em que o álbum Babymetal foi lançado, no Japão ficou em 4º lugar nas paradas da Oricon na semana de estreia, 2º lugar na Billboard, mas nos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha foi 1º lugar na iTunes Store, além de entrar na lista da Billboard 200 dos Estados Unidos, um dos poucos grupos ou artistas japoneses a fazerem isso. Para ajudar na promoção, foi lançado um videoclipe da música Gimme Chocolate!!, que gerou um estrondo na internet e ajudou a promover mais ainda o Babymetal. No Japão, chegaram a fazer dois shows no prestigiadíssimo Nippon Budokan, mas alcançou voos maiores se apresentando na Europa, EUA e Canadá, se apresentando nos festivais de verão antes de bandas muito renomadas, depois fizeram o número de abertura da Lady Gaga (ela mesma) em 5 shows nos EUA, e uma rápida turnê encore com um show solo em Nova York e outro em Londres. Foi em Londres que o grupo apresentou Road of Resistance, uma música nova que foi composta e produzida por Sam Totman e Herman Li da banda Dragonforce.

Su-metal (Queen Su)
No ano seguinte o grupo alcançou o topo da parada da Oricon com o DVD/BD Live at Budokan, o grupo mais jovem (com 15,7 anos de idade em média na época) a fazer isso, depois o CD Live at Budokan - Red Night conseguiu o mesmo feito. Outra turnê mundial foi feita em 2015, mais e mais sucesso alcançado, então em 2016 veio o segundo álbum do grupo. Metal Resistance veio a luz em 29 de março de 2016, no Japão alcançou 2º lugar tanto na parada da Oricon como da Billboard, 7º lugar na Austrália, 39º na Billboard EUA, 15º no Reino Unido, entre outros. A turnê do álbum começou na Wembley Arena em Londres, onde foi o primeiro artista japonês a fazer o show principal no local, o Babymetal apareceu The Late Show nos EUA, a música Karate, um dos grandes sucessos do álbum, foi utilizada como uma das músicas temas para o evento NXT Takeover: The End (pay per view do NXT, a divisão de desenvolvimento final da WWE) e selecionada pelo próprio Triple H. O final da turnê foi realizado no Tokyo Dome, dois shows com 55 mil espectadores cada, com direito. O Babymetal ainda fez os shows de abertura da turnê japonesa do Guns N' Roses, assim como do Red Hot Chili Peppers no Reino Unido e América do Norte, essa última com os integrantes do Red Hot Chili Peppers fazendo aparição especial em Gimme Chocolate!! (vídeo filmado por algum espectador no show em Miami) e um cover de um dos maiores hinos do Heavy Metal, Painkiller (novamente filmagem amadora, mas dessa vez em Londres).  Aliás, sobre Painkiller, um dos hinos do Judas Priest, a banda dividiu o palco com o próprio Metal god Rob Halford, vocalista do Judas Priest, Su-metal e Halford cantaram Painkiller e Breaking the Law, o trio de garotas foi apelidado de Metalgoddesses pelo próprio Halford.

O trio de garotas que se quer conhecia o Heavy Metal, e tudo por conta de preconceito com um estilo que elas ainda não conheciam. O sinal  da Kitsune (raposa) nasceu ao acaso nos ensaios pelo desconhecimento do famoso sinal do chifre do heavy metal, a coreógrafa pediu para que elas fizessem o sinal e elas acabaram fazendo algo diferente achando que era para fazer a raposa, a confusão acabou virando parte da identidade do grupo. Criado para girar ao redor de Su-metal, o grupo acabou dando muito destaque a ela, fazendo com que ganhasse o apelido de Queen Su, inegavelmente Nakamoto Suzuka é uma verdadeira estrela e nasceu para brilhar, sua presença de palco, sua voz é sempre muito técnica e consistente ao vivo. Yuimetal e Moametal dão o apoio necessário, mas as vezes assumem o vocal principal em ocasiões especiais, as duas são mais do que rostinhos bonitos que ficam dançando, gritando e fazendo mímicas, ambas são realmente muito talentosas e parte essencial do grupo.

O projeto idealizado por Kobametal para dominar o mundo parecia muito desvairado, talvez seja realmente, feito ao redor de Nakamoto Suzuka levou a banda muito mais longe do que realmente esperavam, Babymetal foi abraçado por diversos tipos de público e tende a crescer mais.

Outros links:
Debut do Babymetal - Sakura Gakunin Festival 2010

Chokotto Love (Yuimetal) - Legend of 1999
Love Machine (Moametal) - Legend of 1999
Akatsuki - com X Japan
Road of Resistance - Saitama Super Arena 2015
Over the Future - ao vivo no Tokyo Dome









domingo, 9 de julho de 2017

A Ópera do Fantasma #2

Bem vindos amigos e amigas, bem vindos de volta a minha ópera! Nessa segunda edição da coluna vamos falar de alguns outros assuntos curtos para condensa-los em um texto único, novamente. Vamos abrir os trabalhos!

Começamos com o SKE48 e seu novo single, ainda não lançado oficialmente, mas Igai ni Mango (意外にマンゴー) já teve uma versão curta lançada de seu vídeo musical e foi apresentada no Music Day semana passada. A música tem como base o rock-pop japonês tradicional, com algumas progressões no Tempo da música que enriquecem o som, um instrumental interessante que combina muito com o tema proposto. Ainda não consegui ver a letra da música, mas certamente pelo tom normalmente usado nos singles de verão é uma letra que deve ser positivista, voltada a diversão e valorização da estação. A música é boa, ela carece um pouco na força e presença vocal, como é comum dentro dos 48G e Sakamichi Series, mas nada que  comprometa a construção musical em si. Quanto ao componente vídeo musical, eu tenho minhas restrições quanto a videoclipes onde as integrantes dançam de biquíni, algo que, sendo bem direto e poupando a vista de vocês do trabalho, tosco, mas tem uma história paralela as cenas de dança na praia, onde Kumazaki Haruka fotografa o grupo e mostra as fotos e tem um clima de férias, que mostraram ser interessantes. Minha avaliação sobre Igai ni Mango:
Música: 8 Kitagawa Ryohas irônicas de 10 possíveis
Vídeo Musical: Matsui Jurinas vestidas com a camiseta do Bullet Club de 10
Você pode ver o vídeo aqui

Ainda dentro o AKB48 Group, outro grupo a lançar um videoclipe foi o NMB48. Masaka Singapore (まさかシンガポール), música do vindouro 3º álbum do grupo, a música também tem como base um rock pop/pop rock da terra do sol nascente, os vocais das integrantes do grupo é bem utilizado, mas nada de especial, o conjunto da obra é bom, nada mais, nada menos do que isso (obviamente na minha opinião). Quanto ao vídeo musical, ele é uma continuação direta do vídeo musical de Boku Igai no Dareka (僕以外の誰か), 16º single do grupo lançado em dezembro do ano passado, traz como foco principal as demais integrantes buscando o microfone dourado (do destino?) que Yamamoto Sayaka (a nossa querida Sayanee) lançou para que as outras disputassem e a mais preparada/merecedora conquistaria o direito de usar e ser declarada a sucessora da ás do grupo. Intercalando cenas de dança na praia (novamente isso...) e aventuras em Cingapura, o vídeo tem as integrantes caçando o microfone enquanto a Sayanee fica só de longe observando, até que no final ela toma seu lugar e causa o desfecho da história. Minha avaliação oficial sobre Masaka Singapore:
Música: 7,75 Yamamoto Sayakas dando um olé no garçom em 10 possíveis
Vídeo: 8,85 Yagura Fuukos vestidas com couro falso, numa escala entre 0 e 10.
Você pode assistir ao videoclipe aqui

Outro grupo que lançou vídeo musical foi o Keyakizaka46, o vídeo é um clipe da música Eccentric (エキセントリック), que foi originalmente lançada no single Fukyouwaon (不協和音), mas para auxiliar a promoção do primeiro álbum do grupo, além do dorama que o grupo estrela atualmente chamado Zankokuna Kankyakutachi. O sister group mais jovem o Nogizaka46 volta a seguir as fórmulas adotadas a partir do segundo single do gurpo quanto a música e o velho sistema de MV já usado desde o princípio do grupo. A música uma boa riqueza instrumental, a melodia principal é muito bem delineada pelo piano, o ritmo é muito bem marcado na bateria, que por vezes tem algumas mudanças interessantes em seu compasso, é uma boa música, mas falta mais presença vocal em alguns momentos. O vídeo musical é bem Keyakizaka46, mesma estética, uso de luzes e sombras, tudo aquilo de sempre, é bem dirigido, mas tem virado hábito, parece que falta criatividade ou é conservadorismo em excesso. O vídeo é centrado na dupla Tetchi (Hirate Yurina) e Neru (Nagahama), tem momentos que contam uma história e momentos em que elas dançam uma fusão de Thriller e Everybody (Backstreet Boys), mas sempre com a marca registrada do grupo que é o exagero. Minha avaliação sobre Eccentric:
Música: 7,9  Hirate Yurinas overacting de até 10
Vídeo: 7 Uemura Rinas girando o sapato (prestem atenção na parte em que elas giram os sapatos no vídeo musical) de 10 possíveis
Você pode ver o vídeo aqui 


Indo para o Nogizaka46, primeiro precisamos falar sobre o DVD/BD do show de aniversário de 4 anos do grupo, gravado no Meiji Jingu Stadium em agosto do ano passado. O show foi gravado em 3 dias, cada dia tendo uma performance de aproximadamente 3 horas de duração, foram apresentadas todas as 114 músicas lançadas pelo grupo na época, todos os 15 singles e 2 álbuns, no total foram apresentadas 125 músicas, somando o set regular e os bis, fazendo com que algumas músicas fossem repetidas nos 3 dias de show. Nos dois primeiros dias a chuva castigou Tóquio, fazendo com que o playback dominasse a apresentação, se você comparar com os shows de aniversário anterior, o de 4 anos reina no playback, mas ainda sim, é de encher os olhos. Os pontos altos do show são, em primeiro lugar, as performances solos, de Nishino Nanase, Ikuta Erika, Ikoma Rina e Shiraishi Mai, além do dueto de Ikuta Erika com Sakamoto Kenji em Inochi no Shinjitsu Musical "Ringo Uri to Kamemushi" (命の真実 ミュージカル「林檎売りとカメムシ」), com um destaque especial para Teitaion no Kiss (低体温のキス- interpretada pela Ikuchan) e Kougousei Kibou (光合成希望 - música solo da Naachan). Aliás, no segundo dia dão um destaque enorme para a Nanase, já que como é contada a história do grupo mais ou menos cronologicamente no show (os 3 dias), ela é apresentada na abertura como "A Nova Heroína). Um outro destaque é Tsuyogaru Tsubomi, a música solo de nossa eterna querida Maimai, que foi emocionalmente interpretada por todo o grupo em conjunto. Os fãs tem participação especial em dois momentos, o primeiro é durante Oide Shampoo fazendo um belo pop para Nakada Kana, que teve esse single como o auge de sua carreira até hoje, o segundo momento foi durante a emocionante performance de Harujion ga Sakukoro (ハルジオンが咲く頃), que teve Kawago Hina como center,  onde os fãs com os seus sticks formaram uma gigantesca Erigeron Philadelphicus (o nome científico da flor Harujion, nunca encontrei o nome em português, se é que existe, dessa flor). É um DVD/BD que valeria a pena cada centavo gasto, só que é MUITO caro para ser importado por quem não tem tanta capacidade financeira (Traduzindo: sou pobre).

E para fechar, nesse domingo aconteceu o anúncio do senbatsu para o 18º single do Nogizaka46. Seguindo o mesmo desenho do senbatsu anterior, dessa vez tivemos o Nogizaka46 sendo Nogizaka46, um grupo que não tem medo de arriscar e novamente arriscaram com não uma, mas duas novatas. Para o 7º single tivemos a então recém chegada na 2ª geração Hori Miona assumindo a posição de center, essa foi a vez da 3ª geração ser colocada nos holofotes, para isso escolheram Ozono Momoko e Yoda Yuki. Tanto Momoko quanto Yoda são bastante populares já, Momoko foi escolhida como a primeira center da 3ª geração, posição que ocupou na turnê que foi feita para a promoção das novatas e nas duas músicas que elas gravaram até então. Yoda, por outro lado, ficou muito conhecida pela desenvoltura e habilidade nas apresentações da turnê de promoção da 3ª geração, atraiu atenção também por se portar muito bem em frente as câmeras nas sessões de fotos, o que rendeu lugar em muitas revistas, seja ao lado de companheiras do grupo, ou mesmo solo. Ambas chegaram a ter tickets para o handshake esgotados em alguns eventos do último single, não apenas elas, a 3ª geração tem atraído admiração e feito os fãs do grupo criarem confiança de que quando chegar a hora, elas poderão carregar o grupo. Se tem um ponto ruim nisso, é que para as duas entrarem no senbatsu, outras duas tiveram que sair e infelizmente acabou sobrando para quem tem menos peso e teoricamente mais tempo no futuro do grupo, Terada Ranze e Hinako Kitano tiveram que dar um passo atrás. Até imaginei que elas poderiam sair, mas para dar lugar a outras duas da 2ª geração, com tudo os lugares foram ocupados por as recém promovidas Momoko e Yoda, o que não é ruim no final das contas. Para finalizar, deixo minhas palmas para o gerenciamento do Nogizaka46, que não tem medo de promover caras novas e fazer as ases ocuparem posições secundárias, só assim você fortalece o grupo como um todo e não cria uma ou duas "ases definitivas" (Tradução: é assim que se faz 48G, aprende!). Ganbatte ne, Momoko-chan, Yoda-chan!

Dicas:

E assim eu me despeço por enquanto. Até uma próxima edição, ou não

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Esta Não É Uma Declaração de Amor

"Há sempre alguma loucura no amor, mas há sempre um pouco de razão na loucura" - NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra (1883-1885)

 Abro esse texto com uma citação famosíssima de meu filósofo preferido porque ela diz muito sobre meus objetivos aqui. Esse vai ser um texto completamente filosófico, introspectivo e exaltador de como é extremamente louco amar alguém que você não conhece pessoalmente, que ter contato pessoal é uma situação praticamente impossível. Com tudo, ao mesmo tempo, vale lembrar que segundo o próprio Nietzsche há um pouco de razão na loucura, ou seja, esse sentimento não é de loucura completa.

Já contei em outro texto que toda minha experiência com as idols começou com Nishino Nanase, isso foi a minha porta de entrada para um novo universo e esse universo me trouxe experiências diferentes e novas, para engrandecer meu acervo de conhecimento sobre música, cultura e também de certa forma sentimental. Nishino Nanase foi a primeira, mas ela me levou a muitas outras, me trouxe diferentes ideias e perspectivas não só quanto a eu mesmo, mas quanto ao ser humano como um todo. Foram as pequenas experiências passo a passo que fizeram nascer esse sentimento diferente, não completamente novo para mim, mas que é o responsável por esse conjunto novo de novas ideias.

Nishino Nanase, Saito Asuka, Eto Misa, Ikuta Erika, essas são as quatro mais importantes para mim, as quatro formam o cerne desse sistema. Não há outro sentimento vindo de mim para com elas se não o amor, não é uma forma romântica de amor, mas ainda sim é amor. Eu as amo, não igualmente, não por motivos iguais, não de perspectivas iguais, mas é simplesmente amor e assim deve ser encarado, devemos encarar as coisas como elas são. E daí vem a parte da loucura, porque como mencionei anteriormente há uma loucura em amar alguém que nunca conheceu pessoalmente, nunca teve contato real, com quem você nunca teve qualquer forma de interação bilateral. Isso é algo que há pouco tempo eu considerava inconcebível, mas que na verdade até existia em mim, com tudo eu não tinha aberto os olhos ainda.

Cada uma delas, em uma época diferente e de um modo diferente despertou esse sentimento em mim, a primeira foi Nishino Nanase, Naachan, como já relatado. Naachan não parece ser desse mundo, sempre calma, centrada, mesmo quando prestes a perder a compostura, ela é claramente um ser humano iluminado e de pureza divina (não pense aqui no conceito cristão de pureza, mas algo mais voltado ao budismo), fato que me fez fundar um culto a sua divindade e ser sacerdote desse culto. Eu amo Nishino Nanase de um modo que ainda não consigo colocar em palavras. Depois foi a vez de Saito Asuka, uma menina não convencional que logo chamou minha atenção. Ashurin, seu apelido carinhoso, é uma pessoa obscura, que tem gerações de demônios a atormentando em sua cabeça, que não acredita em felizes para sempre, todas palavras dela mesma que atraíram minha atenção, criaram um tipo de identificação que eu tenho apenas com duas pessoas que conheço e ambas são grandes amigas minhas. Por associação, em um universo em que eu conheço Ashu pessoalmente, creio que poderíamos ser bons amigos.

Eto Misa, Misa-senpai, Misamisa, ah a Misa... Essa me chamou atenção primeiramente pela aparência, ela transborda beleza, mas o que criou uma identificação primária com ela foi assistir o episódio 6 de Nogizaka Under Construction (Kojichu, carinhosamente apelidado de Nogichu), um episódio centrado nela e que o segmento de abertura é a própria Misa bebendo sozinha em casa. Eu gosto de beber, ela gosta de beber, mais simples que resolver uma integral tripla, mas não só essa identificação me fez despertar o sentimento o qual tenho hoje para com a Misamisa, ela é uma pessoa inteligente, que tem os pés no chão e um conhecimento absurdo de si mesma, o tipo mais perigoso de pessoa, mas ao mesmo tempo na minha concepção um dos melhores também. Em relação a Misa, meu amor é completamente platônico, é uma forma gigantesca de admiração. E temos Ikuta Erika, Ikuchan, alguém que me chamou a atenção logo também, primeiramente pela beleza física também, mas depois pelo seu estilo quase caótico de ser. Ikuchan é alguém de muito talento, ela é o tipo de pessoa que parece realmente capaz de não só fazer qualquer coisa, mas como fazer muito bem, tem um gênio peculiar que a faz espontânea tanto para seu humor nonsense quanto para os momentos em que ela age como uma criança birrenta, mas ainda sim, mesmo com esse lado irritante eu ainda sim eu a admiro, assim como a Misamisa eu também tenho um amor e uma paixão platônica pela Ikuchan.

Voltando a Nietzsche, como citado anteriormente, há sempre alguma loucura no amor e eu tenho que concordar com ele. Em primeiro lugar, amar pessoas as quais você nunca teve contato pessoal é quase absurdo, quero dizer, você na realidade mais ama as ideias que tem acerca dessas pessoas do que elas em si e isso é algo que tem uma dose, pequena ou grande, dependendo do caso, de loucura. E junto a isso, mas não somente pelos mesmos aspectos, já pararam para pensar como é ruim um sentimento não correspondido? Como isso nos quebra e nos leva ao limite, as vezes até próximo ao desespero e insanidade se não tomarmos cuidado. Nesse caso em específico, de amar uma (quatro) idol, ou qualquer outra pessoa em uma posição equivalente ao menos, é uma experiência que as vezes leva ao limite, te faz se emocionar, te faz sentir dor junto a ela (elas), te faz sorrir, te faz experimentar sensações e sentimentos que seriam normais em muitos casos, mas novamente, não quando se é alguém praticamente inalcançável.

Por outro lado, há sempre um pouco de razão na loucura, segundo o próprio Nietzsche. Não é uma experiência ruim, muito pelo contrário, se você entender e aceitar todas as condições que são impostas pela realidade, é algo que pode engrandecer. Na verdade, não é tão estranho assim amar alguém que você não conhece pessoalmente, faz parte do mecanismo evolutivo da nossa espécie. Pense bem, quantas espécies de animais no mundo, tirando o ser humano, acaba adotando bebês de completos estranhos? Que outro animal é capaz de aceitar um ser semelhante de um grupo desconhecido? Mesmo nós mesmos, como espécie, tendo dificuldades nessas duas situações, somos capazes de aceitar desconhecidos em nossa vida, somos capazes de amar alguém como filha ou filho, mesmo que não tenha nosso sangue, pouquíssimas espécies de animais são capazes disso no mundo. Esse comportamento é importante para nossa espécie sobreviver, e é a partir desse mecanismo, junto a outros fatores, que somos capazes de ter esse sentimento de amor por alguém que você nunca conheceu pessoalmente, sequer falou com essa pessoa, e vocês estão separados por milhares de quilômetros.

 Razão e loucura, sempre há os dois em casos como esse, talvez porque o mundo não é preto e branco, ele possui diversas cores e tons que passam sutilmente de um para outro, as coisas não são tão simplórias como muitas vezes pensamos. Com tudo sou grato especialmente a Nishino Nanase, Saito Asuka, Eto Misa e Ikuta Erika, elas de certa forma abriram as portas de um mundo que eu desconhecia quase que totalmente, também graças a elas eu pude desbravar mais ainda dessa estranha e complicada máquina que é o amor. Eu as amo por completo e mesmo com tudo o que poderia ter de ruim, não é, é bom para mim porque não tenho necessidade de ser correspondido diretamente, não tenho qualquer pretensão além de ser um fã, seria muito irreal querer mais do que isso, dada a conjuntura de contextos que a vida trouxe.

O sentimento de amor que tenho por Naachan, Ashurin, Misamisa e Ikuchan é algo que me fortalece todos os dias, esse sentimento me dá uma forma de poder sobre mim mesmo. Esse amor pelas quatro está cheio de desapego, o real e tão necessário na nossa vida, as pessoas confundem o desapego com não se importar, desprezar e ter um viés extremamente egoísta, mas não é isso que é o desapego, o desapego é ter noção de que você não é dono, de que você não tem o controle da maioria das coisas, de que não se pode mudar os fatos. Não somos capazes de controlar tudo, na verdade somos capazes de controlar poucas coisas, e com isso em mente eu sei que cada uma das quatro vive sua vida, faz suas escolhas, não espero nada além disso dessas quatro grandes mulheres, que sejam felizes, porque eu farei o mesmo por mim. Naachan, Ashurin, Misamisa, Ikuchan, eu não as conheço pessoalmente e sei que vocês nunca lerão isso, mas ainda sim preciso dizer isso: eu as amo, do fundo do meu coração.

O título desse texto diz que esta não é uma declaração de amor, mas, na realidade, isso é tudo o que ele é, uma declaração de amor. Uma declaração de amor não para uma pessoa, mas para quatro, as quatro maiores dentro desse meio para mim.